Dona de clínica tentou convencer família de influencer a não levar vítima para hospital, diz marido

  • 12/07/2024
(Foto: Reprodução)
Homem disse que ligou para Grazielly Barbosa quando estava a caminho do hospital e ela tentou "dissuadi-lo". Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morreu após ter feito um procedimento estético em clínica de Goiânia. Grazielly da Silva Barbosa, dona de clínica estética em Goiânia e investigada por morte de paciente Reprodução/Redes Sociais Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica onde uma influenciadora fez um procedimento e morreu, tentou convencer o marido da mulher, Pablo Batista, a não levá-la ao hospital, conforme o homem disse em depoimento à polícia. Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morreu após ter feito um procedimento estético para aumentar o bumbum com a investigada, na clínica Ame-se, em Goiânia. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp De acordo com Pablo Batista, ele ligou para Grazielly quando estava a caminho do hospital e ela tentou "dissuadi-lo", dizendo que prescreveria outros medicamentos para a mulher, que estava passando mal. LEIA TAMBÉM PRISÃO: Dona de clínica é presa após influenciadora fazer procedimento estético e morrer INTERDIÇÃO: Clínica é interditada após influenciadora fazer procedimento estético e morrer, diz Vigilância Sanitária R$ 3 MIL: Influencer que morreu após procedimento pagou R$ 3 mil para aumentar o bumbum, diz delegada SEM COMPETÊNCIA: Dona de clínica se apresentava como biomédica, mas estudou só três semestres de medicina no Paraguai A empresária foi presa na quarta-feira (3) e a clínica dela foi interditada pela Vigilância Sanitária por não ter alvará de funcionamento e nem responsável técnico. O advogado Thiago Hauscar afirmou que a defesa de Grazielly Barbosa estuda o processo para decidir os próximos passos em relação aos pedidos de oitivas. Além disso, o advogado expressou solidariedade à família de Aline. Crimes investigados De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pelo caso, Grazielly está sendo investigada por crimes contra as relações de consumo. Ela teria mentido sobre sua qualificação, induzido pacientes a erro ao não prestar informações adequadas sobre os procedimentos realizados e não explicado os riscos envolvidos na aplicação de polimetilmetacrilato, substância plástica conhecida pela sigla PMMA. Além disso, Grazielly também é investigada por exercício ilegal da medicina e execução de serviço de alta periculosidade. Segundo a delegada, a empresária não confirmou ter usado PMMA na influenciadora, mudando de versão algumas vezes. Também foi aberta outra investigação sobre a possível lesão corporal seguida de morte da influenciadora Aline Maria. A delegada aguarda a conclusão de um laudo pericial que vai indicar se o preenchimento no bumbum teve ou não relação com a morte da influenciadora. Em nota, a fabricante do PMMA, MTC Medical, informou que as investigações do caso apontam que produto que foi injetado foi retirado de potes da bolsa da falsa biomédica e que as seringas foram então enchidas com esse material. Esse manejo, segundo a fabricante, é totalmente distinto do PMMA legítimo, o qual é vendido exclusivamente a médicos - leia nota na íntegra ao final do texto. Para a advogada da família de Aline, Julianna Andrade, caso a empresária tenha usado um produto clandestino ou adulterado, ela teria assumido o risco de matar a influenciadora. "Ela não era médica e, ainda assim, praticou um procedimento restrito a médicos. Então, ela assumiu o risco do resultado morte", defendeu a advogada. Sem graduação Grazielly da Silva Barbosa e a clínica em que ela atuava, em Goiânia Divulgação/Polícia Civil Grazielly se apresentava como biomédica, mas, para a polícia, explicou que cursou somente três semestres de medicina no Paraguai, além de ter feito cursos livres na área. Segundo a delegada Débora Melo, Grazielly não apresentou nenhum certificado que comprove a conclusão desses cursos até a tarde de quinta-feira (4). E, portanto, ao que tudo indica, não tem competência para atuar na área. Durante buscas feitas na clínica, os policiais não encontraram contratos de prestação de serviços, prontuários ou qualquer documento que registrasse a entrevista com pacientes. Isso, segundo a polícia, indica que não houve checagem se Aline tinha alguma condição de risco. Essa etapa deveria ser a primeira a ser feita antes da realização de qualquer procedimento. No dia do procedimento, segundo a delegada, a região do bumbum da influenciadora foi higienizada e, em seguida, Grazielly fez marcações de onde o produto seria aplicado. O marido da influenciadora, que acompanhou a realização do procedimento, diz que foi feita a aplicação de 30ml de PMMA em cada glúteo. Segundo uma testemunha, deveriam ter sido feitas três sessões de aplicação do produto, mas a influenciadora morreu depois da primeira sessão. Ela pagou R$ 3 mil. Morte de influencer Influenciadora Aline Maria Ferreira morreu no DF após fazer cirurgia estética Reprodução/Redes sociais Aline veio de Brasília para Goiânia e passou pelo procedimento no dia 23 de junho. O marido da influenciadora disse à polícia que a cirurgia foi rápida e eles retornaram para Brasília no mesmo dia, com Aline aparentando estar bem, apesar de já sentir muitas dores. Com o passar dos dias, segundo a delegada, as dores não diminuíram e a influencer passou a apresentar fraqueza e febre. À polícia, o marido afirma ter entrado em contato com a clínica, que justificou que a reação "era normal" e que Aline "deveria tomar um remédio para febre". Mesmo medicada, a influenciadora continuou com febre, e na quarta-feira (26), começou a sentir dores na barriga. Na quinta-feira (27), Aline piorou e desmaiou. Ele a levou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ficou por um dia, pois a unidade não tinha Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois, Aline foi transferida para um hospital particular da Asa Sul. Lá, precisou ser entubada na UTI e teve duas paradas cardíacas. Ela morreu na terça-feira (2). O corpo de Aline foi velado e sepultado na quinta-feira (4), no cemitério Campo da Esperança do Gama. Nota da fabricante de PMMA: Os fabricantes das marcas de PMMA no Brasil informam que: • O PMMA possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, o qual é obtido somente após rigorosa análise da agência acerca das boas práticas de fabricação e estudos clínicos de segurança e eficácia. Apenas médicos estão autorizados a ofertar procedimentos de preenchimento com PMMA. • O modus operandi dos clandestinos para atrair vítimas consiste em anunciar procedimentos com PMMA, porém com um valor muito aquém de qualquer serviço minimamente seguro, o que por si só é capaz de levantar a suspeita de uso de produtos adulterados, falsificados ou totalmente incompatíveis com o uso médico, como é o caso do silicone industrial. • As investigações do caso da morte da influencer ALINE MARIA FERREIRA apontam que produto que lhe foi injetado foi retirado de potes da bolsa da falsa biomédica e que as seringas foram então enchidas com esse material, cuja apresentação é totalmente distinta do PMMA legítimo, o qual é vendido exclusivamente a médicos. É perceptível que o óbito ocorreu em razão do mercado clandestino de estética e não do produto PMMA, pois (1) a influencer se submeteu aos cuidados de uma pessoa sem qualquer formação na área de saúde; (2) a clínica não possuía alvará sanitário; (3) o valor pago pelo procedimento, conforme depoimento do viúvo estava muito aquém de qualquer procedimento que pudesse ser feito por estetas e (4) o marido da vítima e outra testemunha já confirmaram não ter sido PMMA o produto utilizado, em razão da apresentação do mesmo. Lamentamos profundamente que mais uma jovem tenha perdido a vida para o mercado clandestino de procedimentos estéticos e alertamos a população que apenas médicos devidamente habilitados e que demonstrem possuir alvará sanitário estão autorizados a comprar PMMA. Ressaltamos ainda o nosso compromisso com a verdade baseada em ciência e evidências e combatemos fortemente o uso do nome do produto PMMA em fake News que induz a população a erro e pânico, submetendo-se cada vez mais a procedimentos clandestinos colocando a vida e a saúde em risco. Brasil, 11 de julho de 2024 MTC Medical Lebon Farma 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

FONTE: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/07/12/dona-de-clinica-tentou-convencer-familia-de-influencer-a-nao-levar-vitima-para-hospital-diz-marido.ghtml


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